Você sabia que o seu cachorro pode te transmitir superbactérias potencialmente fatais? Um estudo realizado por pesquisadores de Portugal, identificou a presença de um gene que apresenta bactérias resistentes à colistina, um antibiótico usado como último recurso quando há ineficácia de remédios.
O que gera um alerta muito preocupante, já que a resistência a antibióticos causa cerca de 700 mil mortes por ano; e estima-se que em 2050 os óbitos cheguem à casa dos 10 milhões.
A pesquisa foi apresentada pela microbiologista Juliana Menezes, da Universidade de Lisboa, na edição do Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas este ano. O material ainda não foi revisado por outros cientistas.
Foram colhidos amostras de 102 cães e gatos e 80 pessoas. De todas, 12 amostras apresentam resistência à colistina, também conhecida como polimixina. Já em dois casos, o gene MCR-1 foi identificado em ambos, no pet e no tutor, que possuíam lesões na pele ligadas à bactéria Escherichia Coli, responsável por infecções no trato digestivo, urinário e em outras partes do corpo.
A grande preocupação dos especialistas é que esse gene MCR-1, resistente à colistina, chegue a outras bactérias, como Klebsiella pneumoniae, resistentes a outros antibióticos e crie um micróbios intratáveis.
Mas pra quem pensa que essa é uma descoberta nova, se engana, a resistência à colistina vem sendo detectada há anos, porém em 2015 foi identificada uma mutação, onde as bactérias de diferentes espécies, trocam DNA que podem ser útil para elas, isso é chamado de transferência horizontal de genes.
Isso aumenta a preocupação dos especialistas, pois pode levar a medicina a estaca zero, afinal com essa mutação as bactérias se tornam totalmente resistentes a qualquer tratamento existente. E antes dos antibióticos, as infecções bacterianas eram a principal causa de morte no planeta.
O meio de transmissão está sendo analisado, pois essas bactérias são encontradas em animais criados em fazenda e os cientistas buscam descobrir como elas chegaram aos animais de ambientes domésticos. Já existem duas hipóteses: através do uso frequente de antibióticos ou da ração.
Neste Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas também foi apresentado um estudo relacionado a comida, já que segundo os estudiosos, há análises dessas bactérias resistentes descobertas em rações e que apontaram semelhança com superbactérias encontradas em pacientes no Reino Unido, na Alemanha e na Holanda. Essas descobertas criam a necessidade de revisão na escolha de matérias-primas e também maior higiene na fabricação em todo o setor de alimentos do mundo.
Gabriela Nascimento
Jornalista, 24 anos, apreciadora de novas experiências e apaixonada por comunicação. Amo escrever e transmitir conhecimentos através disso. A escrita sempre me acompanhou, até antes de iniciar na trajetória no Jornalismo. Eu espero promover boas leituras pra você e auxiliar em sua convivência e cuidado com seu pet.
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